terça-feira, novembro 30, 2010

Reflexão

Talvez eu tenha passado muito tempo correndo atrás de uma satisfação profissional que de fato não sabia o que era. Estudar, construir uma boa carreira, uma vida. Ter dinheiro, reconhecimento, status, talvez. Mas não, não é essa a verdadeira vontade que me move. O objetivo de tudo, além de alcançar as pequenas satisfações perversas do dia-a-dia, é o de auto-destruição.
Antes pensaria que construir era algo útil e contínuo, e hoje percebo que é exatamente o oposto. Não estou supondo que seja ruim ou que eu não queira construir - eu de fato quero - mas agora enxergo o verdadeiro propósito aqui: não construo coisas à toa, mas as faço com a intenção final de destruí-las para logo após construir algo novo no lugar, e assim seguir esse ciclo até o fim dos meus dias. Esse é o verdadeiro sentido das coisas, o truque da "felicidade": não permanecer inerte. A inércia é entediante, e pessoas como eu precisam de algo a mais, ainda que nesse algo não venha acoplado sentido ou sucesso algum. Mas a felicidade em si é algo muito relativo, não é? Por fim, seja uma pequena perseguição doentia ou um plano maluco ou uma mudança brusca de fatos, a questão é sentir-se vivo, e aí é que entra a busca por aquela velha cócega prazerosa na barriga, muitas vezes provida por coisas nada racionais que o subconsciente decide querer.

sexta-feira, novembro 19, 2010

Não finja...

... que você é feliz.
Não fale dos outros com tal arrogância, antes de descobrir o que é senso de auto-crítica.
Não arrisque teorias fajutas sobre o mundo, se você nunca pôs os pés nele.
Não faça discursos vagos sobre o certo e o errado se não pretende segui-los à risca.
Não julgue a maneira de pensar e de agir dos outros com tamanha rigidez.
Não desmereça as conquistas alheias só porque você não foi capaz de fazer o mesmo.

Não ache que os outros segurarão sua mão de bebê gigante para proteger seu ego.
E não espere que eles concordem com suas análises sem propósito.


Não ache tudo tão patético,
pois quanto mais você tenta esconder as suas fraquezas, mais elas se evidenciam.


E cada vez mais a patética é você.
E cada vez menos os outros te levam a sério. 


Mas você não liga, não né?
Você não tem tempo a perder com os defeitos alheios.
Você é feliz sozinha e perfeita.

quinta-feira, novembro 11, 2010

=)

A cada tosse, o meu pulmão faz um barulho semelhante ao da madeira fria estalando no fogo da lareira e tenho certeza que minha cabeça pesa, no momento, mais da metade do peso do meu corpo inteiro.

Minhas extremidades doem e minhas juntas coçam mais do que sarna em cachorro vagabundo. Meu décimo terceiro já se foi pela metade só nas contas da farmácia e já estou começando a fazer amizade com os médicos do hospital.

Acho que pedi tanto por folgas que, de um jeito ou de outro, eu acabei conseguindo.