Dor amada, deliciosa dor
Que inunda meu peito, megera.
Crua, a retalhar, dilacera
Num monocromatismo incolor.
Vilã ignóbil de espíritos.
O ápice do ápice do ser.
Desaba aos meus olhos, a gemer.
E vive à espreita dos malditos.
Dá-se, magnífica e penosa.
Me usurpa, me toma, cobiçosa.
Me faz flagelar, estremecer.
E me aparto em teu doce alento,
Me faço imergir, desatento,
Num delírio soberbo de prazer.