Tim-tim! Um brinde!
Ao pó do pó. Às cinzas das cinzas.
Aos filhos miúdos flagelados.
Ao mais espesso querer de uma existência.
À incapacidade do não-ter, do não-ser.
Inigualavelmente crua, cruel.
Da inveja mais banal,
Unicamente imersa em submissão,
Retalhada, secretamente admirada.
Possessa,
Possessiva.
Um brinde à posse.
Um brinde ao nada.
À frustração constante da inconstância,
Da volatilidade.
Um brinde a um todo, a um tudo.
E mais outro ao tédio cotidiano aflitivo.
Ao desespero, aos que estão sem estar,
Que permaneceram sem sequer tentar,
E àqueles que poderiam ser, mas não foram.
Sim, um brinde!
Às pequenas - e grandes - fatalidades.
À supremacia da ignorância, da infantilidade,
Da inexperiência e o seu descontrole.
Um brinde a mim.
Um brinde a ti.
Um gole,
Um trago,
Um pó.
E mais um para o buraco.
Tim-tim!
Ótimo, duro, rápido e cruelmente verdadeiro.
ResponderExcluirExatamente como o que ele transmite.
Casamento perfeito.
Adorei, ju.
tim tim pra essa narcose literária.
ResponderExcluirdeliciosa e cruel, igualzinha à poetisa...
joga na cara e pede brinde! então aceito, né.
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