Primeiro, a sensação de prazer, que excita e arrepia a espinha;
A ansiedade que gela o estômago, que seca a boca.
O diafragma se enche d'água, inunda o peito
e a respiração fraca descompassa.
Os dentes cerram, a pupila dilata;
Me pego com as pernas tensas e os dedos inquietos.
Uma descarga de adrenalina me toma; um choque elétrico
que acelera o cérebro, que encharca a alma.
Eu respiro adrenalina, eu me afogo em suas ondas, eu afundo;
Eu me entrego, e é tudo o que sei, tudo o que sou.
O mundo não passa de um túnel vermelho, cheio de luzes.
Tudo se movimenta, tudo gira. Meus olhos giram
e a saliva espuma densa no canto da boca.
O suor gelado escorre na nuca,
mas o sangue escorre ainda quente nas mãos.
Desista, meu amor! Não há para onde ir.
Seu calor agora é meu.
Sua alma é minha alma.
Sua carne, minha carne.
Minha posse. Minha caça.
Beberei do seu sangue, devorarei suas vísceras.
Me alimentarei deste nobre banquete
como se fosse minha primeira e última refeição.